Entrei em meu apartamento transpirando por ser a sedentária de sempre (no prédio não há elevador), com duas latas de Xingu nas mãos e um maço de Lucky Strike no bolso, o rosto vermelho como só fica quando choro. Minha mãe saiu e o calor tornou-se vingativo: está a me torturar por todas as vezes em que eu disse que preferia nuvens densas — demonstro minha indiferença despindo-me. Há um vinil sonorizando Haxinxins no meu quarto, o disco faz um pequeno chiado que o dá um ar reminiscente; há quanto tempo não punha um vinil para rodar...
Pensei em guardar uma Xingu para Pagu, que adora cerveja escura, mas receio não resistir. Pensei mais um pouco que percebi que, como disse a Caju na quinta-feira, minha casa é lugar nenhum...
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