quarta-feira, 10 de agosto de 2011

presságio

Posterior à palavra não dita,
à protelação receosa,
maldita garganta fechada;
a pressão cai.



Quando, sob a falta de luz
na interseção da imagem ilícita da carne trêmula e túrgida
em plena ausência de nossos falsos halos sagrados,
a vista umedece,
a pressão cai.



Os trilhos guinchando, vibrando, a pressão sobe.
A ventania, o trem que está por vir,
anunciados estão — ainda que nada se veja.

E a pressão cai.

domingo, 7 de agosto de 2011

de temps à autre...

 Passei a odiar os dias de folga, quando o vento não era tanto quanto necessário para me secar o rosto nem o ócio saudável o bastante para me entreter.
 Ainda vejo, todos os dias, seus pertences, uma pilha que chega quase ao peitoril, e me pergunto por que razão ele não haveria de vir buscá-los de uma vez. O oco que tomaria o lugar do maldito montão casaria perfeitamente do silêncio que tomou o lugar de sua voz.
 Saudosa estou das vezes em 1923.