segunda-feira, 21 de abril de 2014

A morte agora vem em silêncio. Faz visitas mais longas, em silêncio. E me acaricia em silêncio, tão delicadamente que, a princípio, passa despercebida e, ao final, já não é mais visita. Me oferece, em silêncio, colo, e me permite observar o póstumo. Sem pressa. Não diz meu nome. Suspira em silêncio.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

sobreviva

Eu previ, sem querer, teu sangue fora de tuas veias
E quis com toda a força pensar não ser inevitável
Eu tentei com real força crer no mesmo que terceiros
Crer que encontrarias um contorno razoável
Pra toda e cada adaga lançada a teu peito
Lentamente

Eu previ, sem querer, apesar de tentar crer
Que tu serias mais forte
Que todos os golpes
Encaixando em minha mente toda a força
Em algum lugar do teu pequeno corpo

Não consigo chorar e nem saber
Se não choro porque já sabia
Porque verdadeiramente eu vi acontecer

Previ também que tu sobreviverias

                   Agora
espero