domingo, 14 de novembro de 2010

de temps à autre en 1923

Acostumei-me aos dias sem seu rosto. Dias, a propósito, frequentes. Dias sem suas apóstrofes, seus afáveis sorrisos amarelados, sem os cigarros que costumávamos compartilhar. Acostumei-me aos dias ocos. Dias vagos, cinzentos, amargos.

Não pude, porém, acostumar-me, mais tarde, a sentir seu espectro me alentando o rosto, o corpo, quando relia suas cartas, ou quando vestia suas roupas, ou quando dormia nua, ou apenas de quando em quando. Não pude acostumar-me à sua tão presente ausência.

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