domingo, 24 de outubro de 2010

a polpa é bem mais capciosa

O imaginava completamente diferente. Observando sua casca de perto, me surpreendi aceitando abertamente o clichê: as aparências enganam mesmo.
Pelo que soube sobre sua pessoa, imaginei LH com uma aparência completamente vulnerável; pequeno, frágil, desfavorecido, gaguejante, desesperado. Mas eu o conheci primeiro por dentro, depois por fora, e isso é algo muito desorientador. Geralmente, a ordem natural é ver um sujeito e imaginar como ele é quando está só ou com alguém especial ou não. E então admirar-se ou decepcionar-se. Mas eu já sabia muito sobre sua alma e quase nada sobre seu exterior, e inverter a ordem chega a ser emocionante.
No fim, eu consegui ignorar o que havia de podre e pude saborear a textura agradável da fruta; eu estava com um pé atrás, sendo levada pela mão apenas por Pagu, achando que a parte estragada de LH prevaleceria, mas não tive nem sinal dela. Ele tem uma ótima camuflagem, um autocontrole admirável, e isso não é ruim, afinal, o que temos de podre devemos guardar para quem pode suportar.

PS: e além de tudo ele tem um violão e uma habilidade com ele invejáveis. Pagu, pode dizer a ele que gostei de conhecê-lo.

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