quinta-feira, 28 de outubro de 2010

completude


Não, não me refiro ao efeito causado pela vista. Refiro-me ao que não se pode ver dentro da 'moldura'.

A música que eu cantava, as frases que recitava, as pessoas para quem olhava, olhava e não conhecia; as pessoas para quem não olhava, e não olhava porque não era preciso, a brisa que me envolvia, a cerveja que eu bebia, a água condensando em vidro, o saxofone que tocava o noctívago, as tatuagens que eu apreciava, os cabelos que afagava, as mãos que segurava, o calor que me descia, as palavras que não dizia, o azedume que me consumia, o tempo que não parava, a noite que não acabava, e não acabava porque eu não queria — minha completude.

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